Provavelmente você já ouviu falar disso, mas provavelmente não prestou atenção necessária ou nunca parou para se preocupar. O mais comum deles, e este com certeza você já ouviu falar, é o ciclo olímpico, e a verdade é que os ciclos competitivos deveriam fazer parte de sua rotina, mas dificilmente fazem. Vamos aos poucos entender o porquê.
Bom, primeiro vamos explicar melhor essa história. Um ciclo competitivo nada mais é que um período de treinamento visando um objetivo específico. Dependendo da modalidade e competição esses ciclos podem durar de 4 meses a mais de 2 anos (caso das olimpíadas por exemplo). Num ciclo olímpico, que será chamado de Macrociclo, o atleta terá várias fases de treinamento, sendo o primeiro objetivo alcançar o índice determinado pelos organizadores. Vamos ao exemplo de uma Maratona (42.195m), normalmente os atletas de elite disputam de 2 a 4 provas por ano, e a preparação será iniciada com o objetivo de alcançar o índice olímpico em uma determinada prova, ele terá seu primeiro Mesociclo. Nestas provas em busca do índice seu desempenho será abaixo do que ele pretende desempenhar na olimpíada (caso consiga o índice), e aí entram diversas metodologias de treinamento, variações de treinos, intensidades, volume, etc, mas que no final buscam chegar na competição alvo no auge da forma física, e 100% preparado para a competição. Normalmente, durante os Mesociclos o atleta acaba buscando um objetivo específico numa prova mais curta, por exemplo uma Meia Maratona (21.097m). Dentro dos Mesociclos ainda existem os Microciclos, treinamentos de uma ou duas semanas com objetivos e intensidades variadas, buscando trabalhar resistência aeróbica, muscular e de velocidade.
Na vida dos atletas amadores, esses ciclos competitivos têm sido deixados de lado, e o principal motivo são as dezenas de provas realizadas à toda semana. Em 2010 por exemplo, os atletas esperavam ansiosos pela realização da Corrida da Unimed, ou das etapas da Prefeitura em Curitiba. O calendário dava uma boa folga entre uma prova e outra, dando tempo do atleta se preparar de forma antecipada, e posteriormente descansar do estímulo forte realizado. Hoje chegamos a ter no mesmo final de semana 4 corridas de rua, e num mesmo mês mais de 12 provas. A organização de um ciclo competitivo nestes casos fica prejudicada, principalmente porque muitos corredores caem em tentação e saem se inscrevendo em várias provas… Na mesma semana que o atleta teria que fazer um treino longo, ele está inscrito numa prova de 5km, e daí como pedir para que ele vá “de leve” na prova e faça o longo depois?! Bom, pedir até dá, mas o atleta irá respeitar? Na hora da prova o lado competitivo fala mais alto e a vontade de superar os limites ou de quebrar recordes pessoais também. Depois de forçar numa prova curta, o rendimento para o treino longo não será o mesmo, e o risco de lesão aumenta consideravelmente. Lembre-se que estamos falando de ATLETAS AMADORES, que não vivem da corrida, e que nos dias seguintes precisam trabalhar, cuidar de seus negócios, sua família, etc.
O que fazer então? Bom, se você é o treinador, tente programar com seus alunos de forma antecipada quais as provas que eles pretendem correr durante o ano, para que fique mais fácil organizar os ciclos, e dê a dica para que ele não se inscreva em TODAS as provas possíveis. Isso irá melhorar até o aspecto motivacional fazendo com que ele dê valor àquelas que irá participar e tenha melhores resultados. Caso o aluno queira participar de várias provas, uma atrás da outra, procure objetivos diferentes, que ele consiga fazer uma prova num ritmo mais lento, mas mantendo o mesmo ritmo nas subidas e descidas, ou que ele acompanhe outro aluno dando o ritmo (pacer). Ou então que ele faça determinadas provas só pra CURTIR, tirar fotos talvez, acompanhar outros amigos, etc.
Se você é o aluno, ou apenas um corredor amador, procure ter um foco melhor. Aproveite a grande variedade de provas e escolha as que têm melhor organização, ou um percurso melhor para quebrar um recorde pessoal. Talvez aquela em que terá vários amigos ou toda a galera da assessoria. Lembre-se que as vezes é melhor fazer menos provas, mas com qualidade, do que participar de todas sem o descanso correto ou a devida preparação.
O corpo humano é uma máquina muito complexa, que requer cuidado e boa preparação para os desafios. Ajuste com seu treinador seus ciclos de treinamento e seus objetivos!
G5 Esportes – Sua Melhor Escolha!
Texto por: Guilherme Horst e Gustavo Nogas
Ótimo texto! Eu imaginava mesmo que esses ciclos fossem importantes apenas para os profissionais… veio bastante informação para me organizar melhor, ainda mais porque que gosto muito de participar das provas e acabo exagerando nas inscrições… 🙂 prometo seguir as orientações direitinho… 🙂
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Legal professores.
Quero fazer o ciclo pra maratona certinho. Nas provas menores vou só fotografar e curtir.
Valeuuuuuu
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Excelente artigo professores. Parabéns. Pretendo ser mais fiel aos treinos. Abração.
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